fonte da foto:http://olharatual.com.br/o-lula-virou-ministro-e-eu-to-rindo-muito/
(Este texto não pretende mudar o gosto de ninguém)
Eu não discuto política com
desconhecidos. Mas cada vez que ouço amigos dizerem que fui levado a não gostar
do Lula, por terceiros ou por preconceito, perco a classe. Então eu sou incapaz
de pensar por mim mesmo? Sou um pobre que odeia pobre que chegou ao poder? Eu
confesso: estar à frente de quem apoia ou defende o Lula é algo que me tira do
sério. Porque estou falando de pessoas íntimas, escolhidas por mim e que também
me escolheram. Pessoas no mínimo importantes. Com desconhecidos esse tipo de
conversa nem começa.
Então, tirando todas as notícias
que circundam a figura do Lula, vou responder de forma objetiva: eu não gosto
do senhor Luiz Inácio Lula da Silva pelo seu escárnio. Quem tem alguma dúvida que
encontre o vídeo em que ele ensina a mentir, a inventar números em suas
palestras/entrevistas, e veja como o ex-presidente se diverte. O mais triste
disso é a sua conclusão de que não é preciso muito esforço para ludibriar. Aliás,
basta talento e crer na própria mentira. O talento de Lula é incontestável.
Assim como o seu carisma e a sua astúcia.
É certo que eu não desgostei do
Lula da noite para o dia. Trata-se de um desdobramento do seu papel político e
da sua atuação nestes anos. Desde a sua aparição, no entanto, para mim ele não
cheirava nem fedia. Provavelmente eu, mais jovem e desinteressado da política,
também não cheirava nem fedia. Existe verdade na premissa de que nossas
opiniões sofrem influências de terceiros. Também cabe admitir não estarmos
vacinados contra a manipulação da notícia em geral. Mas existem a intuição e o
pensamento individuais. Quantas vezes bastou um primeiro olhar para não
confiarmos em alguém? No caso do senhor Lula foi o conjunto da obra. No momento
em que passei a cheirar, tanto mais ele passou a feder. Essa representação do
Lula com a legenda PT incita, sim, a um preconceito, mas a um preconceito
criado por ele próprio quando, na preconização de suas mentiras, ele zomba de
trabalho sério, de dados e pesquisas. Trabalho que, pela sua ignorância, ou
preguiça, ou simplesmente inconsequência, ele resolve desconsiderar. Tudo isso
serve a um propósito, só que a um propósito pessoal. Não vejo nem de longe,
mesmo quando fala da nação, o Lula interessado no rumo do Brasil.
Entre aqueles que acrescentariam
mais uma enorme lista de motivos para desgostar do Lula, haveria inúmeros
outros como uma lista contrária. Infelizmente somos reféns das legendas. Bom
seria se indivíduos livres de laços partidários e interessados apenas no Brasil
e nos brasileiros pudessem nos representar. Pessoas como o senhor Lula são
fortes também por causa da legenda, tanto que é dele que estou falando. Não
cabe a ele ou a seu partido a responsabilidade por todos os históricos pecados
da política brasileira, mas cabe a ele e a seu partido a pena máxima pela
continuidade e propagação desses pecados quando um dia se comprometeram a
extingui-los. Algo que muitos partidários do PT insistem em não ver ou não
entender. Assim como têm dificuldade em acreditar que alguém contrário ao PT
não seja filiado a nenhum outro partido.
Para terminar, falando em
políticos e não em partidos, eu não gosto do Lula pelo mesmo motivo que um dia
admirei Artur da Távola, que além de político, cuja carreira confesso não ter
acompanhado, foi um intelectual, um ser que exalava conhecimento e bondade. Um
cidadão cuja voz emoldurava noites na Rádio Cultura FM, explanando a obra do
compositor Maurice Ravel. Um exemplo de que política e pensamento crítico
deveriam sempre caminhar juntos.