fonte da foto:https://pt.wikipedia.org/wiki/Supremo_Tribunal_Federal
Eu fico pensando a que se prestam certas figuras do Supremo
Tribunal Federal que hoje em dia concedem habeas corpus para condenados
políticos. Para mim, e talvez para muitos, o STF configura a última e maior
esperança contra corruptos no Brasil. No entanto, quanto maior o crime e o
acúmulo de dinheiro ilícito, melhor condição esses bandidos públicos têm de
serem representados e defendidos. Não sou letrado em direito, e entendo que um
ministro do Supremo agirá dentro da legalidade, mas e quanto ao mérito?
Na última quarta-feira o Bom Dia Brasil mostrou, entre
outras, a história de um detento condenado por tentativa de furto que estava há
onze anos preso. Sua pena tinha sido de dois anos. Ou seja, nove anos de
cárcere injusto, como se ele cumprisse a mesma pena mais quatro vezes e meia. Um
rapaz jovem ainda, maltratado pela prisão, que ao receber seu alvará de soltura
chorou alegando não ter dinheiro para ir embora. E o repórter ainda o acompanhou
a pé por um trecho na saída.
Repetindo o comentário de uma pessoa na internet, a
desproporção de castigo aqui é gritante. E se não sabemos o que esse rapaz
faria da sua vida se tivesse cumprido somente os seus dois anos de sentença,
infelizmente podemos supor o que sustentará os corruptos libertados. O rapaz
não matou nem agrediu sexualmente ninguém. Os corruptos, porém, de forma
indireta, provocam mortes quando desviam dinheiro da saúde, promovem violência,
inclusive a sexual, quando abocanham recursos sociais e da segurança pública.
É claro que quando pergunto “quanto ao mérito” lá em cima
estou fazendo uma piada com relação ao nosso estado de direito. O rapaz
franzino, ainda com o olhar perdido diante da inesperada liberdade, lamenta os
anos perdidos na cadeia. Expressa, do seu jeito, a injustiça cabida aos pobres deste
país. E ao repórter confidencia planos de fazer sua vida valer daqui para
frente, junto da mãe. Os dois se despedem, o repórter fica e ele segue rumo à
saída onde ninguém o espera.
Já um ex-político, solto também esses dias pelo habeas corpus
concedido por ministro do STF, aparece numa foto furtiva, clicada antes de ele
entrar no carro que o conduz para casa. Carro com a privacidade garantida pelo insulfilm.