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quarta-feira, 4 de julho de 2018

JUSTIÇA NO BRASIL

fonte da foto:https://pt.wikipedia.org/wiki/Supremo_Tribunal_Federal


Eu fico pensando a que se prestam certas figuras do Supremo Tribunal Federal que hoje em dia concedem habeas corpus para condenados políticos. Para mim, e talvez para muitos, o STF configura a última e maior esperança contra corruptos no Brasil. No entanto, quanto maior o crime e o acúmulo de dinheiro ilícito, melhor condição esses bandidos públicos têm de serem representados e defendidos. Não sou letrado em direito, e entendo que um ministro do Supremo agirá dentro da legalidade, mas e quanto ao mérito?

Na última quarta-feira o Bom Dia Brasil mostrou, entre outras, a história de um detento condenado por tentativa de furto que estava há onze anos preso. Sua pena tinha sido de dois anos. Ou seja, nove anos de cárcere injusto, como se ele cumprisse a mesma pena mais quatro vezes e meia. Um rapaz jovem ainda, maltratado pela prisão, que ao receber seu alvará de soltura chorou alegando não ter dinheiro para ir embora. E o repórter ainda o acompanhou a pé por um trecho na saída.

Repetindo o comentário de uma pessoa na internet, a desproporção de castigo aqui é gritante. E se não sabemos o que esse rapaz faria da sua vida se tivesse cumprido somente os seus dois anos de sentença, infelizmente podemos supor o que sustentará os corruptos libertados. O rapaz não matou nem agrediu sexualmente ninguém. Os corruptos, porém, de forma indireta, provocam mortes quando desviam dinheiro da saúde, promovem violência, inclusive a sexual, quando abocanham recursos sociais e da segurança pública.

É claro que quando pergunto “quanto ao mérito” lá em cima estou fazendo uma piada com relação ao nosso estado de direito. O rapaz franzino, ainda com o olhar perdido diante da inesperada liberdade, lamenta os anos perdidos na cadeia. Expressa, do seu jeito, a injustiça cabida aos pobres deste país. E ao repórter confidencia planos de fazer sua vida valer daqui para frente, junto da mãe. Os dois se despedem, o repórter fica e ele segue rumo à saída onde ninguém o espera.

Já um ex-político, solto também esses dias pelo habeas corpus concedido por ministro do STF, aparece numa foto furtiva, clicada antes de ele entrar no carro que o conduz para casa. Carro com a privacidade garantida pelo insulfilm.

2 comentários:

  1. Me fez lembrar a estória daquela mulher presa por roubar uma barra de manteiga no supermercado...:-(.

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    1. Sim, Mirian, o tamanho da pena está ligado à condição de defesa do acusado e não pela qualidade do delito.

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