fonte da foto: http://liberapensado.com/2018/07/09/tentativa-de-soltar-ex-presidente-lula-divide-opinioes-em-fortaleza/
A
tentativa frustrada ontem de um desembargador plantonista de soltar o
ex-presidente Lula surpreende tanto pela desfaçatez quanto pela ousadia. Isso
não é novidade no Brasil. Aqui nós temos dois tipos de males: o rasteiro e o
sofisticado. Um alimenta o outro. E nenhum é menor do que o outro. Rasteiro é o
bandido matar o cidadão com um tiro na cara a troco de nada. Sofisticado é o sujeito
de formação -infiltrado em esferas de poder- facilitar, promover ou deliberar ações
para grupos criminosos públicos e privados.
A
“canetada” do desembargador, expedida em pleno domingo, contraria a afirmação da
ministra do STF Cármen Lúcia de que a justiça deve ser impessoal. Foi uma atitude
rasteira da sofisticação. Como afirmei antes, um mal corrobora o outro. E acho
que todo mal tem sua raiz rasteira, às vezes com aparência inocente, mas que se
agiganta conforme a intenção e o interesse vão agregando adeptos. Pelo o exposto
na mídia esse desembargador não tem a competência nem a hierarquia para interferir
num processo contra um réu já condenado em segunda instância. Porém, isso não significa
que não possamos deparar com esse homem numa situação futura.
Enquanto
estivemos distraídos com a eliminação do Brasil na Copa da Rússia na última
sexta-feira, percebe-se que as articulações do mal seguem organizadas e fortes às
nossas costas e custas. Não existe solução milagrosa para se barrar essa
marcha, a não ser estarmos atentos aos nossos próprios sintomas de corrupção. E
perguntarmos a nós: numa eleição política eu votaria em mim mesmo? A resposta
seria o Brasil que queremos.
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