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quarta-feira, 31 de maio de 2017

POR QUE EU NÃO GOSTO DO LULA

fonte da foto:http://olharatual.com.br/o-lula-virou-ministro-e-eu-to-rindo-muito/


(Este texto não pretende mudar o gosto de ninguém)

Eu não discuto política com desconhecidos. Mas cada vez que ouço amigos dizerem que fui levado a não gostar do Lula, por terceiros ou por preconceito, perco a classe. Então eu sou incapaz de pensar por mim mesmo? Sou um pobre que odeia pobre que chegou ao poder? Eu confesso: estar à frente de quem apoia ou defende o Lula é algo que me tira do sério. Porque estou falando de pessoas íntimas, escolhidas por mim e que também me escolheram. Pessoas no mínimo importantes. Com desconhecidos esse tipo de conversa nem começa.

Então, tirando todas as notícias que circundam a figura do Lula, vou responder de forma objetiva: eu não gosto do senhor Luiz Inácio Lula da Silva pelo seu escárnio. Quem tem alguma dúvida que encontre o vídeo em que ele ensina a mentir, a inventar números em suas palestras/entrevistas, e veja como o ex-presidente se diverte. O mais triste disso é a sua conclusão de que não é preciso muito esforço para ludibriar. Aliás, basta talento e crer na própria mentira. O talento de Lula é incontestável. Assim como o seu carisma e a sua astúcia.

É certo que eu não desgostei do Lula da noite para o dia. Trata-se de um desdobramento do seu papel político e da sua atuação nestes anos. Desde a sua aparição, no entanto, para mim ele não cheirava nem fedia. Provavelmente eu, mais jovem e desinteressado da política, também não cheirava nem fedia. Existe verdade na premissa de que nossas opiniões sofrem influências de terceiros. Também cabe admitir não estarmos vacinados contra a manipulação da notícia em geral. Mas existem a intuição e o pensamento individuais. Quantas vezes bastou um primeiro olhar para não confiarmos em alguém? No caso do senhor Lula foi o conjunto da obra. No momento em que passei a cheirar, tanto mais ele passou a feder. Essa representação do Lula com a legenda PT incita, sim, a um preconceito, mas a um preconceito criado por ele próprio quando, na preconização de suas mentiras, ele zomba de trabalho sério, de dados e pesquisas. Trabalho que, pela sua ignorância, ou preguiça, ou simplesmente inconsequência, ele resolve desconsiderar. Tudo isso serve a um propósito, só que a um propósito pessoal. Não vejo nem de longe, mesmo quando fala da nação, o Lula interessado no rumo do Brasil.

Entre aqueles que acrescentariam mais uma enorme lista de motivos para desgostar do Lula, haveria inúmeros outros como uma lista contrária. Infelizmente somos reféns das legendas. Bom seria se indivíduos livres de laços partidários e interessados apenas no Brasil e nos brasileiros pudessem nos representar. Pessoas como o senhor Lula são fortes também por causa da legenda, tanto que é dele que estou falando. Não cabe a ele ou a seu partido a responsabilidade por todos os históricos pecados da política brasileira, mas cabe a ele e a seu partido a pena máxima pela continuidade e propagação desses pecados quando um dia se comprometeram a extingui-los. Algo que muitos partidários do PT insistem em não ver ou não entender. Assim como têm dificuldade em acreditar que alguém contrário ao PT não seja filiado a nenhum outro partido.


Para terminar, falando em políticos e não em partidos, eu não gosto do Lula pelo mesmo motivo que um dia admirei Artur da Távola, que além de político, cuja carreira confesso não ter acompanhado, foi um intelectual, um ser que exalava conhecimento e bondade. Um cidadão cuja voz emoldurava noites na Rádio Cultura FM, explanando a obra do compositor Maurice Ravel. Um exemplo de que política e pensamento crítico deveriam sempre caminhar juntos.