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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

POR QUE UM BLOG?



A Internet e suas infinitas maneiras de comunicar modificaram nosso universo de forma abrupta. Quem é maior de trinta anos, talvez um pouco menos, pode dizer. O salto entre a máquina de escrever e o micro equivaleu a trocar o tílburi pelo Hyundai da noite para o dia. E a variedade hoje de opções online, creio, às vezes como uma torre de Babel, já contempla a gregos e troianos: bem ou mal aproveitada, tornou-se um destino possível.
Tanto que, para começar, e com a intenção de responder à minha própria pergunta, fui pesquisar no google. O que é exatamente um blog? Bem, sendo breve: uma contração de weblog, e com definição não consensual de algo que foi página pessoal, passando a retratar opiniões, notícias, etc; tem a característica do cronológico, de diário virtual, daquilo no qual se acrescentam dados de forma periódica, e por aí vai.
Ora, num sentido literário, o blog parece se encaixar no que eu aprendi como sendo a crônica. A crônica fala do cotidiano; trata de assuntos breves; aproxima escritor e leitor; emite opiniões; é relato pessoal também; induz a reflexões atemporais; às vezes se desenvolve a partir de uma notícia de jornal; quanto mais praticada mais ensina, diverte, recupera; e amadurece com a própria escrita.
Mas por que um blog?
Após anos de trabalho com a escrita, resolvo arriscar. Durante minha época de convivência no Laboratório de Redação do Museu Lasar Segall, ler o próprio texto e ouvir o dos outros na sala trazia uma comodidade, digamos, impossível de ser desfrutada quando a gente produz sozinho. Ali, além de poder apresentar um trabalho recém saído do forno, as opiniões e propostas chegavam de pessoas que também lidavam com a escrita, conheciam as manhas e as manhãs, principalmente na questão estética e de estilo. Era uma referência de qualidade para todos, sem contar o trabalho de base da própria orientadora Áurea Rampazzo.
Porém, existe um lado da escrita que é o solitário. E não falo da solidão necessária à concentração para escrever, tampouco de uma suposta condição solitária de quem escreve; e daí não se saberia dizer quem nasce primeiro, se a pessoa solitária que vira escritor ou a escrita condicionando, ou sentenciando, o escritor à solidão. Falo, sim, de algo mais profundo, da teia que envolve a função da escrita. Os caminhos de difícil solução, as difíceis escolhas com as quais se depara quem escreve. Às vezes, solucionar um problema relacionado a determinada idéia num texto obriga quem escreve a constantes revisões de valores, e, dentro desses valores, a ser o mais coerente e honesto possível.
Em suma, desenvolver um blog, respondendo a mim mesmo, é uma tentativa de compartilhar de um jeito diferente o que já era compartilhado no Lasar Segall, além de tornar pública toda a esfera de segredo da palavra. Pois acredito, quando falo da condição solitária da escrita, que estou falando também da condição solitária da leitura, em que absorvemos matéria de um certo alimento de cultura e aconchego. Um leitor também se desenvolve na base de seus segredos e compreensões.
Assim, apresento-lhes o meu blog, que tem intenção e pretensão literária, agora disponível para todos. A todos os meus familiares e amigos, novos ou antigos, e aos que possam vir.

São Paulo, 07, 08/09/2009

4 comentários:

  1. Presente esse blog heim Ju! De tanto receber pedidos ele surgiu! Acho que blog é a necessidade de expressar sem direcionamento. Sobre vida, amores, partidas, sonhos, histórias e sentimentos imaginários! Bem vindo blogueiro!
    Amo voce!

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  2. JuJu dos meus amores, saudades dos seus textos impecavéis ne da sua presença no segall

    Áurea

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  3. Júlio, gostei muito do seu blog e do seu jeito de se expressar. É educativo, filosófico e descreve o cotidiano, sentimentos e sonhos com muita propriedade.
    Parabéns, continue assim!!!

    Neli

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  4. Julio, amei seu blog, sinto saudades de você. Será que vai lembrar de mim. Sou a Cássia, lá do Lasar, lembra, Ju? Iamos sempre juntos pro ponto, eu, você e a Hildinha, lembra? olha vou deixar meu e-mail caso queira conversar, tá bom?
    Sinto saudades de você, menino grande...
    cassi.nunes@bol.com.br Como anda você, querido? Beijo. Cássia

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