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quinta-feira, 8 de março de 2018

MORTE DO ESCRITOR

Uma nota discreta ontem à noite na internet chamou minha atenção. Anunciava a morte de um escritor de 29 anos, vencedor do prêmio Jabuti. Sem maiores informações, apenas que havia sido encontrado morto próximo ao prédio onde morava, em Copacabana, Rio de Janeiro.

Fui dormir perplexo com a notícia e povoado pela ausência de detalhes ou explicações. Tanto que sonhei, como se estivesse dentro de um filme, com uma cortina de segredos e ocultações em torno da notícia. Algo que minha mente precisava justificar: a morte de alguém produtivo, culturalmente produtivo, e tão novo. Uma pena. Não era somente um ser, mas uma voz que se calava.

Toda a discrição do mundo para a família dele, para os amigos, que, afinal, é um direito. No entanto, eu, como público, com a minha tola curiosidade, quero preencher uma lacuna. Não desejo que se dê para esta morte a visibilidade que se dá aos famosos ou aos feridos por bala perdida. Porém, gostaria que o episódio não figurasse numa usual indiferença. Afinal, trata-se de uma figura pública, um escritor, benfeitor, alguém que fez, de forma artística e organizada, dividir sentimentos e mundos. Um mundo, no momento, como as próprias palavras, de pesar e mistério. 

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