QUANDO RETORNEI DE VIAGEM DE FÉRIAS, LOGO PELA MANHÃ, LEVEI UM SUSTO: EMBORA NO CONTRA-FLUXO, ALGUNS DOS ÔNIBUS QUE IAM PARA O MEU BAIRRO VINHAM MAIS LOTADOS DO QUE OS DE SENTIDO CONTRÁRIO. LOTADOS DE NÃO SE CONSEGUIR ENTRAR COM MALA. CLARO, ACONTECE QUE TEM O HOSPITAL PERTO DE CASA, MUDANÇA DE TURNO, SABE COMO É. A VERDADE: SÃO PAULO JÁ NÃO TEM LÓGICA NO IR E VIR. É GENTE QUE VOLTA DO TURNO DA NOITE, GENTE QUE VEM DA ZONA LESTE PARA TRABALHAR NA NORTE... ENFIM, É UMA ZONA.
PORÉM, NO PRIMEIRO DIA DE TRABALHO, COMECINHO DE DEZEMBRO, A SURPRESA: QUASE SEM AULAS, QUASE SEM TRÂNSITO, CONDUÇÕES MAIS VAZIAS, PERCURSOS MAIS RÁPIDOS. BOA.
AGORA EM ÉPOCA DE FESTAS, ENTÃO, A CIDADE VIÁVEL: ZONA NORTE-CENTRO-ZONA NORTE, TOMEI O BUSÃO NO JAÇANÃ E JÁ PASSEI PELA CATRACA, PEGUEI OUTRO EM SANTANA, FUI ATÉ O CENTRO, NADEI NO SESC E VOLTEI DENTRO DAQUELE PERÍODO DE TRÊS HORAS, PAGANDO SOMENTE UMA PASSAGEM.
PARA QUEM VIVE OUTRO UNIVERSO, MORADOR DE CIDADE ONDE É POSSÍVEL SER DONO DO PRÓPRIO TEMPO, FALAR NESSA 'OTIMIZAÇÃO' DAS HORAS PODE PARECER PAPO DE DOIDO. ACONTECE QUE ISSO É APRENDIDO NOS PRÓPRIOS CURSOS QUE ALGUMAS EMPRESAS PAULISTANAS PROGRAMAM PARA OS FUNCIONÁRIOS.
NO FINAL DAS CONTAS NÃO É SOMENTE O TRÂNSITO LIVRE. É UMA SENSAÇÃO DE ESPAÇO, DE PODER OLHAR ESTRANHOS SEM ESTRANHÁ-LOS, SEM COMPETIR PELO BANCO DE ÔNIBUS, PELA TRILHA ESPREMIDA DE UMA CALÇADA. É VER UMA SÃO PAULO MAIS BONITA, COM MENOS FUMAÇA. É OLHAR A IGREJA DA CONSOLAÇÃO NO CREPÚSCULO E CONSEGUIR ATRAVESSAR A RUA ANTES DO FAROL FICAR VERMELHO PARA OS VEÍCULOS.
PENSANDO BEM, ACHO QUE SE A CIDADE FICASSE ASSIM O ANO TODO, A NOTÍCIA SE ESPALHARIA. E LOGO TERÍAMOS DE VOLTA TODO O CONGESTIONAMENTO. MELHOR ENTÃO DEIXAR COMO ESTÁ.
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