fonte da imagem: http://estilo.uol.com.br/horoscopo/noticias/redacao/2014/07/17/com-ma-fama-inferno-astral-e-na-verdade-uma-das-fases-mais-ricas-do-ano.htm
Essa história de inferno astral é
para quem acredita. E mais ainda para quem não acredita. Comigo acontece todo
outubro. Quando menos penso, lá vem ele ardendo. Não adianta querer fugir. Fingir,
então, não faz efeito. Inferno astral é pessoal e intransferível. Fosse um
tropeção, ou merda de pássaro na cabeça, ou briga com o chefe, faria melhor
sentido. Mas inferno astral é subjetividade. Todos os demônios de mãos dadas.
-Demônios são esses clientes que
você atende-diz uma amiga-Deus me livre!
Tento explicar-lhe uma questão de
categoria, que “o inferno são os outros”, porém, o inferno astral é a gente
mesmo.
-Mas será que esses clientes não
contribuem pra ferrar mais?-ela insiste.
A força do inferno astral se
traduz no pensamento. Hora de rever valores, medos, deslizes. Hora de se sentir
assim mesmo: um bosta. E não dá para ser mais ou menos bosta. A gente o é por
inteiro. Essa chegada sorrateira e disfarçada do inferno astral tem função
educativa. Novo ano natalício, velhas questões, velhas feridas. Às vezes
incomoda tanto que o mundo próprio parece sem conserto.
Depois, de forma imperceptível, o
inferno vai sumindo, sumindo, parece dobrar a esquina sem aviso. Minha amiga
pondera:
-O problema é que da mesma
esquina sempre surge um cliente, um inferno de um cliente, um desgraçado.
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