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domingo, 1 de maio de 2016

DESCONFIANÇA, FALTA DE CONFIANÇA

fonte da imagem: http://www.rosangelaterapeuta.com.br/2012/07/luz-e-sombra/

Desconfiança pode ser um estado de espírito. É transitória até que um fato se confirme. Desconfia-se de algo, de alguém, de algo relacionado com alguém, de alguém relacionado com algo. Uma das características da desconfiança é de às vezes ser ilusória, excesso de alerta, excesso de desconforto. As motivações anteriores que as cultivam são reais, mas o ajuizamento acerca dela, não. E se a desconfiança passeia pelo volátil, momentâneo, sua confirmação quase sempre tem efeito de bomba: curta e certa. A desconfiança em formação revela instinto de sobrevivência.

Falta de confiança, por sua vez, é um estado de constatação. Falta de confiança em si ou em alguém. Objetiva, é a desilusão de quando não mais se espera algo, ou quando se espera o pior. Falta de confiança é uma construção que teve motivos para chegar onde chegou. Trata-se da soma de desconfianças confirmadas.

Porém, entre a desconfiança e a falta de confiança figura algo semelhante a uma esperança. É uma ponta de credulidade, necessária a qualquer cético, e por isso ambígua. 

Hoje pela manhã o meu relógio de parede deixou de funcionar vinte minutos antes das nove horas. Por duas vezes olhei para ele e acreditei na repetida informação. Bastaria que eu tivesse enxergado o ponteiro de segundos parado. O seriado na TV terminou às nove horas e só então enxerguei a verdade. Nada ao redor tinha ficado muito diferente. O sol lá fora continuava forte. E eu aqui dentro pensei em como precisarei estar mais atento a sinais. Ou à falta deles. 

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