A CRÔNICA POLICIAL SEGUE OS PASSOS DO MUNDO CÃO.
DESTA VEZ UMA MULHER, ARREPENDIDA DE TOCAR FOGO NO MARIDO ESPANCADOR, LIGA A MANGUEIRA PARA IMPEDIR O PIOR. LEMBRO-ME DAS PALAVRAS DO DOUTOR DRAUZIO VARELLA, DE QUE A MELHOR E ÚNICA COISA PARA QUEIMADURAS É O CONTATO PROLONGADO COM A ÁGUA. PORQUE A PELE CONTINUA A QUEIMAR MESMO COM A CHAMA APAGADA.
A CHAMA DA VINGANÇA, PORÉM, DE ORDEM PSICOLÓGICA, PODE EXTINGUIR-SE ANTES.
MAIS UMA VEZ NADA SABEMOS DE VERDADE SOBRE ESSA MULHER OU SOBRE ESSE MARIDO, UMA UNIÃO ONDE IMPERA O QUERER E O DEIXAR-SE FERIR. POR FORA OU POR DENTRO DA PELE, PELO SILÊNCIO OU PELAS PALAVRAS, ESSA ASSOCIAÇÃO, COMO TANTAS, É UM PORÃO DE ASSUNTOS DESCONHECIDOS QUE NA SUPERFÍCIE NOS PARECEM TRIVIAIS.
E DE FORMA TRIVIAL VEIO A MANGUEIRA, A MEU VER O OBJETO MAIS MARCANTE NA HISTÓRIA, POIS SEU JATO INTERROMPE A CONSOLIDAÇÃO DA VINGANÇA. E APRESENTA PARA A CRÔNICA POLICIAL UMA MULHER QUE ERRA, MAS QUE NÃO CHEGA, POR HORA, A SE TRANSFORMAR EM ASSASSINA.
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